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SUA OPINIÃO: MELHOR CARRO POPULAR (2010-2011)

sábado, 16 de julho de 2011

Por R$ 70 mil, Mini One conquista no visual, mas perde na emoção.

Marca da BMW espera aumentar vendas em 40% com seu novo modelo de entrada

O Mini One tem cara de Mini Cooper, marca de Mini Cooper e preço (ainda que mais baixo) de Mini Cooper. Mas é um Mini Cooper de verdade? Isso vai depender do que você valoriza no simpático carrinho da marca inglesa controlada pelo grupo alemão BMW.

Apresentado oficialmente nesta quarta-feira (13) pela concessionária Caltabiano, na capital paulista, o Mini One é o "modelo de entrada" da linha. A expectativa é que, custando R$ 69.950, a versão ajude - sozinha - a elevar em 40% as vendas da Mini no Brasil.

Para atingir o público que, até agora, achava R$ 80 mil demais por um Mini Salt (a versão logo acima), a BMW fez uma jogada clara: baixou o preço e manteve os principais argumentos estéticos do Cooper, mas tirou equipamentos e - ai, que dó - di minuiu a potência do motor 1.6.

Os alemães sumiram com o rádio com entrada USB e bluetooth e diminuíram o tamanho das rodas (que são aro 15). O ar-condicionado, digital nas outras versões, passa a ser analógico na One. Os bancos são de tecido e os controles de áudio no volante desapareceram. O câmbio é manual de seis velocidades.

O propulsor 1.6 do Mini Cooper One tem 98 cv de potência, contra 120 cv das duas opções logo acima (Salt e Pepper, que custam R$ 80 mil e R$ 88 mil, res pectivamente). Ainda assim, o carro tem entre seus equipamentos seis airbags, direção elétrica e freios ABS.

No entanto, a principal coisa que o Mini One tem - e aí é que está o centro da aposta da marca - é o visual. Batendo o olho por fora, é difícil dizer a diferen ça entre a versão de entrada e os modelos mais caros. Se você quiser ser realmente detalhista, saiba que o retrovisor do One será sempre em plástico preto fosco, assim como a cobertura sobre a tampa do porta-malas. As rodas aro 15 e a logomarca atrás também "entregam" o preço menor. Mas, fora isso, a imagem está toda lá, prontinha para atrair olhares e virar alguns pescoços nas ruas.

Ok, feito o discurso sobre como o Mini One é bonito, bacana e está na moda, é hora de ver como ele se sai nas ruas. O R7 (http://noticias.r7.com/) dirigiu o carrinho durante cerca de 20 minutos por ruas e avenidas de São Paulo. E o que esse curto test-drive mostrou foi que, quando o visual é deixado de lado, o modelo de entrada da marca vira um carro "comum" - bom, mas que deixa de transmitir ao motorista parte daquele delicioso sentimento de pilotagem que um Cooper tradicional tem.

Não que, para a cidade, o Mini One seja um carro ruim. Ele é, inclusive, mais confortável de dirigir do que as versões mais caras, já que os pneus de perfil maior ajudam a filtrar as irregularidades do asfalto. A ótima posição baixa do motorista, o volante pequeno e firme - revestido em couro -, o excelente câmbio e as respostas rápidas também estão lá. Mas (e este é um grande "mas") falta motor.

De acordo com a Mini, os 98 cv alimentados por ga

solina levam o One de zero a 100 km/h em 10,5 s. Só para comparar, esse é exatamente o mesmo tempo informado pela Volkswagen para o zero a 100 km/h do novo Fox 1.6 - cujo motor, com etanol, gera 104 cv. É ruim? Não. É bom? Também não. É apenas médio, e médio não é o que você espera de um carro que custa quase R$ 70 mil. Afundar o pé no acelerador do One não deixa ninguém emocionado, especialmente se o ar-condicionado estiver ligado.


Claro que alguém pode argumentar que os sedãs "tiozões" que habitam essa faixa de preço - Renault Fluence, VW Jetta, Honda Civic ou Toyota Corolla, entre outros - também não são um primor de aceleração e desempenho. É verdade, mas eles compensam em outras áreas. Têm porta-malas, transportam cinco pessoas e trazem mais itens de conveniência. Também não dá para esquecer de outros carros que moram ali na ca

sa dos R$ 60 ou R$ 70 mil, como Hyundai i30 e Ford Focus.

É fato que, pelo preço, poucos carros no Brasil vão entregar uma imagem tão bacana quanto o Mini One. O desenho do Cooper é um ícone mundial que, mesmo com décadas de vida, continua a apaixonar. O interior do carro, com o grande velocímetro no meio, quase não deixa a desejar às versões mais caras. Os botões estilo avião de caç

a e a iluminação colorida - que pode ser personalizada em vários tons diferentes - dão charme e elegância.

O que o comprador do Mini One deve ter em men

te, portanto, é que, por R$ 69.950, ele terá um carro que traz toda a "fama" e o visual de um Cooper, mas que acelera como um VW Fox.

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