Modelo da década de 1970 trouxe esportividade ao mercado nacional de automóveis.
A década de 1970 foi efervescente para o setor automotivo. A classe média estava em ascensão e podia cobrar qualidade, embora não tivesse dinheiro sobrando. Por isso, as fábricas começaram a desenvolver veículos conforme as necessidades brasileiras. O Opala é o samba entre projeto alemão e motor americano, misturado ao gingado brasileiro, que deu certo.
O começo da linha surgiu quando a GM aproveitou um projeto da sua subsidiária alemã Opel, o Rekord C, com o motor invocado do Chevrolet Impala, e aplicou ajustes da equipe de engenharia brasileira. Alguns dizem que o nome Opala veio dessa junção.
Eis que o mercado jovem crescia e outras marcas estavam lançando produtos de olho nesses motoristas. A Chrysler dispunha do Dodge Dart e do Charger RT, e a Ford, do Maverick. Era constante a pergunta sobre uma resposta GM. Então, em 1971, veio o Opala SS. O trio de muscles brasileiros estava completo.
Logo na primeira leva, o motor 4100 de seis cilindros, com potência bruta de 140 cv, levava o carro facinho aos 170 km/h, algo muito bom para a época. Embora as portas para importação de carros estivessem abertas para quem se interessasse pelos verdadeiros muscle cars, os brasileiros sabiam que poderiam ter a sua opção nacional.
O formato de “garrafa de Coca-Cola” é uma característica de toda linha, com algumas variações de acabamento e mecânica. A suspensão era considerada macia demais para um esportivo, mas eficiente. Os freios, a disco na frente e a tambor atrás, eram bons para segurar o carrão. As faixas pretas no capô e nas laterais de longe expressam a esportividade do modelo, bem como as rodas de aço em desenho de estrela.
O modelo quatro portas não era bem aceito, tornando raro um exemplar como este. Nos anos seguintes, predominância do modelo duas portas, sem coluna central e com janelas desprovidas de molduras. No interior, sofisticação aprendida com outros modelos da linha, manopla e aro do volante de madeira. A esportividade ganhava entusiasmo com um conta-giros no painel.
A comunicação para chegar até os consumidores era na base da esportividade. As regras de trânsito não eram tão rígidas, embora o limite de velocidade tenha nascido na mesma época. Portanto, era possível vender desempenho e velocidade sem receios.
A sigla SS – Alguns dizem que, se o carro fosse fosse feito para atender ao consumidor americano, o significado seria separated seats (assentos separados). Porém, para o público brasileiro, super sport traduz melhor o que se esperava de um carro naquela época.
A continuidade - A partir de 1972, o teto do modelo apresenta caída acentuada para trás, seguindo o apetite pela esportividade. Em 1976, novidades no motor, que passa para 250-S 3 cuja potência saltou para 171 cv brutos. O modelo se tornou o mais rápido do país, de acordo com teste de importante revista da época. Nesse período, em plena crise do petróleo, foi lançada a opção de quatro cilindros, SS-4, mantendo apenas na aparência a musculosa ânsia pela velocidade. Após quase dez anos de história, em 1980, a linha SS se despede do público.
Opala 6 cilindros O motor de seis cilindros de 3.8 L (230 pol³) utilizado no Opala deriva da 3a geração do veterano Stovebolt. Tinha por características um bloco leve, e sete mancais no eixo virabrequim. Originalmente destinava-se a alguns modelos da GM Americana, dentre eles: Chevrolet Nova, Impala, Chevelle, Camaro, e alguns utilitários leves. No Brasil, este motor seguiu passando por várias atualizações e inúmeros aperfeiçoamentos, inclusive após o encerramento da produção do Opala. Logo em 1970, adotou virabrequim de maior curso, elevando seu deslocamento para 4.1 L (250 pol³). Posteriormente, ao longo do tempo, recebeu pistões mais leves e bielas mais longas. Para manter a concorrência com o Ford Maverick Quadrijet, a Chevrolet desenvolveu em 1974, o famoso motor 250-S, onde uma leve preparação era conferida ao motor 4100, como tuchos mecânicos, carburador duplo, comando de válvulas com maior duração de abertura, lobe center de 109° com levante de 6,5mm, e também taxa de compressão 0.7 ponto mais elevada. Com este novo ajuste, a potência saltou de 115 para 153 cv líquidos — uma sensível melhora da performance.